Calo ou Falo
Este corte,/ A boca, /Meu melhor açoite;/Sangra palavras!
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Textos
ZEFERINA

A primeira vez que a vi
Lavava-se ela
Da poeira e sangue nas pernas
Na Fonte do Xixi.
Portava uma lazarina.

Da segunda vez,
A Filha de Olorum
Rainha Zeferina,
Já menina reinava.
Seu sorriso de colar,
Contas para Oxalá.

Seu séquito, súditos benfeitores.

Da terça vez
A guerreira Zeferina estava no poste
Na entrada-saída da cidade.
Por um olhar sentinela foi fotografada
E seu brilho virou cartão postal
Na livraria do aeroporto.

- Vidas à Rainha Zeferina! Vidas!

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Publicado em Cadernos Negros 31
Quilombhoje, São Paulo, 2008
Luís Aseokaynha
Enviado por Luís Aseokaynha em 15/11/2018
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