SAUDAÇÃO À MULHER
Salve a mulher local, a do quintal,
Do terreiro, do varal.
Salve a mulher municipal,
A estadual, a nacional.
Salve a federal;
A mulher interna, a internacional.
Salve a mulher que gera há eras, a geral.
Os dedos da mão, irmãos!, são diferentes
Acaso os seios da mãe são desiguais?!
Salve a mulher importante, a importada, a comportada,
A insubmissa, a de missa e missal,
De véu e avental!
As que carregam bolsas grandes;
Em bolsas pequenas
Essências para mim!
De Reticências e de circunferências.
Salve a mulher que professa, a profissional, a que confessa,
A mulher que vice-versa, tergiversa.
A mulher da senzala, a mulher sensata, sem atas,
A dona da casa, a dona-de-casa,
Cheia, de graça!
Também a verdadeira, a dadeira, a que mente;
Terra para semente.
Saúdo à santa e às outras tantas.
De frente, que enfrente.
Salve a mulher soteropolitizadora.
A original, a tal
De Vênus e de veneta, de Milo e mamilo.
De punhos e pulseiras, de acará;
De beber e comer antes e depois de orar.
As sensíveis, as comestíveis,
Salve a mulher nua, a de burka, a de boca, a que surta.
A espaçosa, a esposa, a especial, a espacial.
À mulher de sapato, de salto, de pára-quedas,
Mulher de fato e do ato, à por um triz, à atriz!
Às polímatas
A Madonna, a musa que me usa, que limpa e lambuza,
As filhas da luta!
Salvas às terráqueas, às lunáticas;
Saúdo as extraterrestres, as marcianas!
As que parem! As pares! As imparáveis!
As ímpares!
Salvas de canhão às loucas, às caras, às de túnicas!
Desculpem-me as belíssimas
Mas fundamento é o diferencial!
Salvas às que votam, às que revoltam!
Das que usam espelhos
Em quem eu me espelho...
Vou beber água e algo
Mas antes galgo
Para todas elas os meus aplausos!
Luís Aseokaynha
Enviado por Luís Aseokaynha em 19/03/2016
Alterado em 08/03/2021