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DA SÉRIE "O MESTRE" : O PARAFUSO
E, passando o Mestre pelo hangar, viu um mantenedor tentando tirar um último parafuso da tampa inferior do APU.
E os seus discípulos lhe perguntaram, dizendo: Sub, quem pecou, este ou seus pais, para que vivesse mantenedor e não retirasse este último parafuso?
O mestre respondeu: Nem ele pecou nem seus pais; mas foi assim para que se manifestem nele as inspeções da Lockheed...
Convém que eu faça as obras daquele que me enviou, enquanto é dia; a noite vem, quando ninguém pode trabalhar, exceto os que estão de serão.
Um fariseu achava-se por perto e ainda tentou infrutiferamente sacar o parafuso pois não era FE e não tinha fé.
Enquanto estou no mundo, sou a luz do mundo. Traga-me um jornal do dia para eu moldar o cabo da extensão melhorando a pegada.
Tendo dito isto, cuspiu no piso do hangar, com a saliva fez lodo com areia fina e untou com o lodo a ponteira Philipps da extensão. Puxou uma cadeira e colocou o centurião mantenedor auxiliando com força na extensão para cima.
Então no primeiro movimento girou em aperto e no segundo em contrário.No terceiro momento o parafuso desceu dos céus em milagre.
O centurião mantenedor admirado então disse:
Mestre, eu não sou digno que entreis em minha seção mas dizei uma só palavra e eu serei Flight.
E o Mestre disse-lhe: Vai, lava a ponteira no tanque de Siloé (que significa o Enviado) e entrega na ferramentaria.
Tirou uma moeda do bolso e deu ao mantenedor, dizendo: Dai ao Flight o que é do Engineer, e ao Engineer o que é do Flight.
Ainda não era sábado quando o Mestre fez o lodo e lhe ensinou a tirar parafusos.
Tornaram alguns dos fariseus pois, a dizer ao mantenedor: Tu, que dizes daquele que tirou o parafuso?
E ele respondeu: Que é um poeta.
Luís Aseokaynha
Enviado por Luís Aseokaynha em 12/03/2014
Alterado em 13/03/2014