Calo ou Falo
Este corte,/ A boca, /Meu melhor açoite;/Sangra palavras!
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Textos


                      Michèle Voltaire Marcelin

No do incêndio das rosas
Que queimavam no jardim
Vi pés nus
Que maravilha!

Relembrei então do calendário de agosto
Apesar dos rumores vãos
De que o verão é só um alento

Eu venho a vós

Despida de minha carne de mulher
Minha pele em fogo
Como a noite cor de peixe
Meus cabelos em loucas auréolas
De umbelíferas
Toda embalsamada com a flor da paixão
Eu venho a vós
E vos oferto
Toma todo meu riso trançado em cascata de resedás
Os arcos-íris dos meus braços
As agulhas luminosas dos meus dedos
A estrela do meu sexo bioluminescente
E para espantar os sortilégios
O azul mistério das minhas pálpebras,
E meu leque de ópera
Toma eu vos dou
A vertigem do colibri que escapou do meu peito
Como de uma gaiola aberta repentinamente
Quando vos vejo

Sou um pais de fontes vivas
Abra vossas mãos de onde fluo
Desde a noite das minhas axilas
Até o desbrochar das rosas

As libélulas vieram
Gota a gota
Beber a chuva dos meus soluços
Me guardo para vossa sede
Meu canário repleto de água doce

Entre por meus olhos
Venha por entre os cabelos
Meu belo amor
Quando a vida quer
O caminho é doce como um carinho de demoiselle...mademoiselle.

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Poesia de Michèle Voltaire Marcelin

CARESSE DE DEMOISELLE

dans l’incendie des roses
qui brûlent le jardin
je vis pieds nus
quelle merveille
je regarde encore le calendrier d’août
malgré les rumeurs vaines
l’été est hors d’haleine
je viens à vous
déshabillée en chair de femme
ma peau en feu
comme un soir couleur de pêche
mes cheveux fous en auréole d’ombellifères
tout embaumée de passiflore
je viens à vous
et je vous offre
prenez tout mon rire cascade de réséda
les arcs-en-ciel de mes bras
les aiguilles lumières de mes doigts
mon sexe étoile photophore
et pour chasser les sortilèges
le bleu mystère de mes paupières
et mon éventail d’opéra
prenez je vous le donne
ce vertige de colibri qui s’échappe
de ma poitrine
comme d’une volière soudain ouverte
quand je vous vois
je suis pays de sources vives
ouvrez vos mains que je ruisselle
depuis la nuit de mes aisselles
jusqu’à la blessure des roses
les libellules viennent
goutte à goutte
boire la pluie à mes paupières
moi je garde pour votre soif
mon canari rempli d’eau douce
entrez dans mes yeux
venez dans mes cheveux
mon bel amour
quand elle veut
la vie est douce comme une caresse de demoiselle
Luís Aseokaynha
Enviado por Luís Aseokaynha em 01/08/2010
Alterado em 13/08/2010
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