Textos
Quarto Fechado
Quarto Fechado
A mobília do dia empoeirada de dilemáticas sombras.
Na casa do tempo as horas raptadas pelos desfazeres.
A glória sequer foi polida;
Panos sobre o catre...
Demarragem de luz recém aberta de porta.
Motores ensimesmados, elétricos outrora,
O palrear faz do ar um madrigal feérico.
Os pormenores estão perplexos, quase nus.
Jaspes entre palhas dão liame ao onírico.
A licenciosidade foi dom mimoso sem a aragem de hoje.
Houve pertinácia das quinas em acicate
Rente a higidez de ossos.
Há agora um sofrear de colheres e espíritos.
Insetos secos, evanescentes, dão desordens intestinais à desconfiança.
Os óxidos destravam o mítico.
Os vãos não querem ser colhidos.
Satisfeitos estão, sem gente, os destroços, empilhados,
Propriedade de esqueletos prósperos - dos espíritos.
Luís Aseokaynha
Enviado por Luís Aseokaynha em 28/03/2009
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