Calo ou Falo
Este corte,/ A boca, /Meu melhor açoite;/Sangra palavras!
Capa Meu Diário Textos Áudios E-books Fotos Perfil Livros à Venda Prêmios Livro de Visitas Contato Links
Textos
AO DEUS DAS LARANJAS

As laranjas pediram-me
Como últimos desejos,
Antes da espremedura,
Que eu as lavassem na água fria
Desta que corre na torneira da pia;

Que cortasse com o fio
As cascas somente,
Deixando intactos os centros
E assim poupasse os gomos,
Não decepasse as sementes;

Que fizesse passear os bagos
Por entre as arcadas,
Abençoando-os com saliva,
Ensinando a língua da rua
Para lançá-los, depois, na terra nua.

Agarraram-se me aos dentes
As membranas, os alvéolos,
Julgaram-me tirânico.
Chupei delas o bagaço
Antes de lançá-las no lixo orgânico.
Luís Aseokaynha
Enviado por Luís Aseokaynha em 12/07/2018
Alterado em 18/07/2018
Copyright © 2018. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.
Comentários
Capa Meu Diário Textos Áudios E-books Fotos Perfil Livros à Venda Prêmios Livro de Visitas Contato Links